Dilma Rousseff é eleita a primeira mulher presidente do Brasil

Com 92,5% dos votos apurados, a candidata do PT, Dilma Rousseff, já pode ser considerada a matematicamente vencedora do segundo turno da eleição para presidente do Brasil. Primeira mulher a ser eleita para o cargo na história do país, a ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil recebeu neste domingo 55,4% dos votos e confirmou o resultado do primeiro turno, quando também saiu vitoriosa, com 46,91% dos votos.
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ficou com 44,5 dos votos. Em 3 de outubro, ele havia sido o escolhido de 32,61% do eleitorado.
Assim como no primeiro turno, as pesquisas de intenções de voto para a segunda fase do pleito apontaram um cenário de vitória da petista. Em todos os levantamentos divulgados após 3 de outubro, Dilma apareceu à frente de Serra.


Perfil

Dilma Vana Rousseff, atualmente com 62 anos, nasceu em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Filha do advogado e empreendedor Pedro Rousseff, búlgaro naturalizado brasileiro, e da professora Dilma Jane Silva, ela cursou o ensino fundamental em colégios católicos. Já na juventude, Dilma se interessou por ideais socialistas. Do golpe militar de 1964 até a instauração do Ato Institucional nº 5, em 1968, ela passou por três diferentes organizações de esquerda, enquanto cursava Ciências Econômicas na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A mudança de grupos políticos era comum entre os militantes que lutavam contra a ditadura então vigente. Primeiro, militou na Polop (Política Operária), organização de esquerda marxista com grande participação de estudantes. Em seguida, aderiu ao Colina (Comando de Libertação Nacional), que defendia a luta armada. Por fim, quando a ditadura endureceu, Dilma passa a integrar a VAR-Palmares (fruto da fusão entre o Colina e a VPR), sendo perseguida por militares. Em 1969, mudou-se do Rio para São Paulo. Em janeiro de 1970, Dilma foi presa em São Paulo e torturada nos porões da Oban (Operação Bandeirantes) e do Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Condenada pela Justiça Militar por dois anos e um mês de prisão, ela cumpriu pena de três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Em 1972, Dilma ganhou a liberdade. Um ano depois, mudou-se para Porto Alegre, onde estava preso Carlos Araújo, hoje seu ex-marido. No ano seguinte, Dilma ingressou no curso de economia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), após ter sido jubilada da UFMG por participar de organizações de esquerda. Em 76, Dilma engajou-se na campanha pela Anistia e ajudou a fundar o PDT no RS. O diretório nacional foi fundado por Leonel Brizola em 1979, depois que o governo militar concedeu anistia política. Entre 1980 e 85, Dilma trabalhou na assessoria pedetista e atua no movimento pelas “Diretas Já”.Antes de chegar ao primeiro escalão do governo Lula, ela ocupou os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). A petista também coordenou a equipe de Infraestrutura do governo de transição entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva.

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