ÉTICA E CIDADANIA, ONDE ELAS FORAM PARAR?
Onde eu estou errando? Esta é minha grande dúvida hoje.
Há alguns poucos anos, as disciplinas de Educação Moral e Cívica, Filosofia e Ética eram tidas como pilares da Educação. Hoje, elas caíram no esquecimento e já não têm a devida importância para auxílio do desenvolvimento do caráter dos homens modernos. Então nos deparamos com hipócritas egoístas, mercenários e dissimulados de todos os tipos, numa quantidade surpreendente, presentes em nossas rodas familiares, de amigos, de conhecidos, de políticos, de profissionais de todos os ramos, pessoas que esqueceram-se do que rege a Ética: o BEM COMUM.
Outro dia participei de uma discussão sobre o amor-próprio e seus limites. E até concordo que ele é primordial, mas não deve ultrapassar os limites do que designa o convívio social e natural de todos nós: o respeito pela vida, de quem quer que seja.
Quando me pergunto sobre o que estou fazendo de errado é porque o meu senso de justiça sempre fica abalado ao perceber que estou rodeada dessas pessoas, os dissimulados, hipócritas, traidores, e afins, que movidos pelo sentimento que apodrece a alma do mundo, que corrompe a essência do ser humano ― o egoísmo ―, estão sempre se saindo bem, por cima, regados de riquezas e falsas alegrias, que compram a dignidade do outro, sem o menor pudor, sem nenhum sentimento de culpa, nem arrependimento, sem nenhuma cerimônia, numa frieza estupenda, vão se apossando de vidas, tirando proveito de tudo e de todos. E nessa leva de miséria que é jorrada, diariamente, na vida de várias pessoas, pessoas humildes, comuns e de bom coração, a caridade ― no sentido de doar-se ao outro, além de si mesmo, cultivando e reproduzindo o amor, respeito e perdão pelas fraquezas do próximo ― vai minguando da vida da humanidade.
Para que a Ética e a Cidadania possam coexistir e sobreviver a tanto desperdício de boas ações, é preciso que se pense no futuro, nas nossas escolas, na educação que vocês estão dando aos filhos, acreditando numa revolução comportamental, e por que não espiritual? Que vai além daquilo que se vê atualmente. É necessário que não queiramos, somente para nós mesmos, tudo aquilo que achamos que nos pertence, pois esse descontrole sobre nossos limites reais, e até onde nos levamos atingindo o limite alheio, é que causa o desequilíbrio das relações humanas.
Se elas já não podem ser vistas, nem tão pouco nitidamente percebidas, ainda assim, eu afirmo que pertencem à essência de muita gente espalhada por aí que luta - fielmente com seus preceitos morais ―, pelo bem comum.
Que venha, pois, essa tal revolução!
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