Brasil ocupa antepenúltima posição em ranking internacional de educação

De acordo com o Estadão, o Brasil aparece na 38.ª posição entre 40 países analisados no The Learning Curve (Curva do Aprendizado, em inglês), realizado pela The Economist Intelligence Unit (EIU) e Pearson Internacional. Em relação ao estudo anterior, de 2012, o País subiu uma colocação, apesar de ter piorado seu desempenho no índice.
O levantamento da EIU e da Person considera diferentes avaliações, relacionando-as com a produtividade do país. O índice leva em conta habilidades cognitivas e de desempenho escolar a partir do cruzamento de indicadores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), Tendências Internacionais nos Estudos de Matemática e Ciência (Timms) e avaliações do Progresso no Estudo Internacional de Alfabetização e Leitura (Pirls). Também são usados dados educacionais de alfabetização e taxas de aprovação.
No estudo deste ano, o Brasil passou o México no ranking, porque aquele país teve um recuo ainda maior no índice. O último lugar continua ocupado pela Indonésia. As primeiras posições trazem novidades, com nações asiáticas, como Coreia do Sul e Japão, tomando o lugar da Finlândia, que havia muitos anos figurava na liderança da maioria das avaliações.
“O sucesso desses países destaca a importância de ter objetivos claros para o sistema educacional e uma forte cultura de responsabilidade na prestação de contas”, afirma o relatório.
Qualidade. Para Michael Barber, chefe de Educação da Pearson, os governos de todo o mundo estão sob pressão para melhorar a aprendizagem. “Isso é cada vez mais importante para o sucesso das pessoas”, disse.
O relatório ressalta a ligação estatística entre o tempo médio gasto na escola por um estudante de um país e a produtividade dos trabalhadores. Aponta ainda que é imprescindível a qualidade da formação básica, mas a retenção de habilidades depende da continuidade da aprendizagem ao longo da vida adulta.
A professora Maria Helena Guimarães de Castro, presidente da Fundação Seade, afirma que o Brasil tem resultados muito positivos na inclusão dos últimos 25 anos, mas que o desafio agora é a qualidade. “O essencial está no ensino fundamental, com professores estimulados e bem formados”, diz ela, que foi consultora do relatório. “A produtividade do Brasil é muito baixa e precisamos avançar. Mas é claro que esse não é o único sentido da educação.”
Para o presidente da Pearson no Brasil, Giovanni Giovannelli, o diagnóstico também pode ajudar os gestores por mostrar as práticas que funcionam no mundo. “Tem quase 200 países nas Nações Unidas e só esses 40 têm essa medição. Só isso é em si um fato positivo para o Brasil”, diz ele.

POSIÇÃO 2014PAÍSESZ-SCOREPOSIÇÃO 2012MUDANÇA NO SCORE 2014 / 2012
1COREIA1.3010.07
2JAPÃO1.0320.14
3CINGAPURA0.9920.15
4HONG KONG0.96-10.05
5FINLÂNDIA0.92-4-0.34
6REINO UNIDO0.6700.07
7CANADÁ0.6030.05
8HOLANDA0.58-1-0.01
9IRLANDA0.512-0.02
10POLÔNIA0.5040.08
11DINAMARCA0.461-0.04
12ALEMANHA0.4130.00
13RÚSSIA0.4070.14
14ESTADOS UNIDOS0.3930.04
15AUSTRÁLIA0.38-2-0.08
16NOVA ZELÂNDIA0.35-8-0.22
17ISRAEL0.30120.45
18BÉLGICA0.28-2-0.07
19REPÚBLICA TCHECA0.2730.07
20SUÍÇA0.25-11-0.30
21NORUEGA0.2150.10
22HUNGRIA0.17-4-0.16
23FRANÇA0.1720.04
24SUÉCIA0.17-3-0.06
25ITÁLIA0.11-1-0.03
26ÁUSTRIA0.10-3-0.05
27ESLOVÁQUIA0.09-8-0.23
28PORTUGAL0.04-10.03
29ESPANHA-0.08-10.01
30BULGÁRIA-0.260-0.03
31ROMÊNIA-0.4410.16
32CHILE-0.791-0.13
33GRÉCIA-0.86-2-0.55
34TURQUIA-0.9400.30
35TAILÂNDIA-1.1620.30
36COLÔMBIA-1.2500.21
37ARGENTINA-1.49-2-0.09
38BRASIL-1.731-0.08
39MÉXICO-1.76-1-0.16
40INDONÉSIA-1.8400.19

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