MPF denuncia ex-prefeito por sonegação de R$ 9,6 milhões devidos pelo Município de Pau dos Ferros
O
Ministério Público Federal (MPF) em Pau dos Ferros denunciou o
ex-prefeito do Município, Leonardo Nunes do Rêgo, e o empresário
Bernardo Vidal Domingues dos Santos por serem responsáveis pela
sonegação de impostos devidos pelo Município de Pau dos Ferros. O valor
que deixou de ser pago à Receita Federal, atualizado até junho de 2014,
alcançava R$ 9.697.412,50 e soma-se a uma multa de R$ 8.526.938,51,
totalizando mais de R$ 18 milhões em débitos.
De
acordo com a denúncia, assinada pelo procurador da República Marcos de
Jesus, o ex-prefeito contratou a Bernardo Vidal Advogados, que prestou
declarações falsas e com omissão de informações à Receita Federal. Os
dois poderão responder por crime contra a ordem tributária (art. 1º, I e
II, da Lei 8.137/1990) e sonegação de contribuição previdenciária (art.
337-A do Código Penal).
A
empresa de Bernardo Vidal, contratada pelo Município na gestão do
ex-prefeito, preenchia Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIPs), algumas
omitindo informações e outras contendo indevidamente valores a
compensar. Leonardo Rêgo administrou Pau dos Ferros entre 2005 e 2012.
Práticas
– Investigações da Receita Federal apontaram ilicitudes como a
supressão de contribuição previdenciária patronal e a redução da
contribuição social (antigo Seguro de Acidente de Trabalho) com a
utilização de alíquota menor do que a prevista na legislação. Para
praticar as irregularidades, os envolvidos utilizaram também informações
e dados fraudulentos.
Por
vezes, foram realizadas compensações de valores mesmo quando não havia
recolhimento indevido de contribuições. Também foi promovida compensação
de valores pagos relacionados a horas extras, sendo que a legislação
determina a incidência da contribuição previdenciária sobre esta parcela
da remuneração. “Logo, não poderiam os denunciados realizar
compensações das contribuições incidentes sobre os valores pagos como
horas extras aos servidores, por se tratar de incidência legal e
regular”, destaca a denúncia.
O
Município, sob a administração de Leonardo Rêgo, também informou à
Receita que tinham sido recolhidos indevidamente R$ 69.957,93, relativos
à contribuição social para o Seguro de Acidente de Trabalho, entre 2009
e 2011. Para esse cálculo utilizou uma alíquota de 1%, quando a correta
era de 2%. E o percentual não era o único erro: “(...) constatou-se que
o valor informado pelo Município de Pau dos Ferros para compensar não
condizia com os recolhimentos efetuados.”
Em
2009, os denunciados deixaram de declarar contribuição previdenciária de
servidores municipais e de contratados para o Programa Saúde da
Família, agentes de endemias, serviços de plantões médicos, auxiliares
de enfermagem, auxiliares de serviços gerais, cargos comissionados,
subsídios do Prefeito e do Vice-prefeito, professores contratados por
tempo determinado, entre outros. Fizeram o mesmo em relação aos
pagamentos efetuados a prestadores de serviço como mecânicos, advogados,
pedreiros, arquitetos, instrutores, contadores e relacionados ao
transporte de estudantes.
Improbidade –
Além da denúncia, o procurador Marcos de Jesus determinou a abertura de
um inquérito civil para apurar os possíveis atos de improbidade
resultantes das irregularidades cometidas pelo ex-prefeito e o
empresário, em decorrência das compensações indevidas de tributos
federais. A denúncia irá tramitar na Justiça Federal sob o número
000373-72.2014.4.05.8404.
Confira a íntegra da denúncia.
Comentários
Postar um comentário
A prática, indução ou incitação de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, por meio da Internet, bem como a humilhação e exposição pública caluniosa e difamatória, constituem crimes punidos pela legislação brasileira. Por esse motivo que o setor de comentários do portal Água Nova News não aceitará comentários contendo qualquer violação.