Aécio Neves propõe mandato de cinco anos, fim da reeleição e parlamentarismo
Agência Brasil
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu o
financiamento misto de campanhas, o fim da reeleição e a ampliação dos
mandatos políticos de quatro para cinco anos ao apresentar, hoje (16),
as propostas do partido na audiência pública da Comissão Especial de
Reforma Política, na Câmara dos Deputados. Aécio também defendeu o
sistema parlamentarista de governo e apresentou seis itens de consenso
do partido sobre a reforma política.
“Fomos, no nosso nascimento,
e continuamos sendo, um partido parlamentarista. Acredito no sistema
parlamentarista de governo como o mais estável e mais avançado”, disse
antes de iniciar a apresentação dos itens, explicando que esse tema não
deverá estar neste momento da discussão da reforma política. Ele lembrou
que a população decidiu pelo presidencialismo em um plebiscito, mas
acredita que em algum momento essa discussão amadurecerá e será abordada
no Congresso Nacional.
Os seis itens apresentados são o fim da
reeleição, o posicionamento favorável ao financiamento misto de
campanhas, ao voto distrital misto, o fim das coligações proporcionais, a
adoção da cláusula de barreira e mudanças na divisão do tempo para
propaganda eleitoral nos meios de comunicação.
Em relação ao fim
da reeleição, Aécio explicou que a discussão do tema foi polêmica dentro
do partido, mas esse entendimento permaneceu como majoritário.
“Assistimos, ao longo desses últimos anos - e não vou me fixar apenas no
último processo eleitoral - abusos enormes e a utilização sem limites
da máquina administrativa em benefício de uma candidatura. Se isso
acontece no plano nacional, acontece nos municípios e em vários estados.
O que conseguimos avançar internamente e a proposta que PSDB defende é o
fim da reeleição, com mandato de cinco anos para todos os detentores de
cargos”, disse.
Sobre o financiamento misto de campanha – com
recursos públicos e privados - a posição do PSDB é de que o
financiamento de pessoas jurídicas não seja proibido, mas fique restrito
aos partidos políticos.
“Defendo que as candidaturas individuais possam
receber recursos de pessoas físicas até um determinado limite que seja
estabelecido. Eu não impediria o financiamento de pessoa jurídica, mas
restringiria esse financiamento aos partidos políticos. Pessoa jurídica
doa ao partido que, internamente, vai estabelecer qual o critério de
distribuição do conjunto de recursos que é arrecadado”, explicou.
Aécio
defendeu que o fim das coligações proporcionais representaria o
aprimoramento do sistema e funcionaria como uma cláusula de barreira
indireta. Segundo ele, o partido defende o voto distrital misto, no qual
parte das cadeiras do Legislativo seria ocupada pelo sistema distrital
(majoritário) e parte pelo sistema proporcional de lista fechada. “Me
parece o sistema mais adequado para manter uma conexão maior dos
representados com seus representantes”. E explicou “Não acho que essa
divisão precisa ser meio a meio, pode ser 30% a 40% pela lista e 70% a
60% pelos distritos”.
Ao explicar o posicionamento sobre a
divisão do tempo para propagandas das candidaturas, o senador disse que a
proposta é que o tempo de televisão se restrinja aos partidos que
compõem a chapa majoritária e o candidato usaria o tempo para apresentar
suas propostas de forma simples como numa conversa com um
entrevistador. “Hoje todos somos vítimas e assistimos a esse mercado
persa que virou divisão do tempo de televisão”, disse.
Em relação
à adoção da cláusula de barreira, Aécio avalia que reduziria o número
de partidos políticos, cuja proliferação foi criticada por ele.
“Reduziria para em torno de dez partidos políticos em funcionamento no
parlamento o que, na minha modesta avaliação, seria algo
extraordinário”. A cláusula de barreira é uma norma que impede ou
restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não alcançar
determinado percentual de votos.
Fonte: Nominuto.com
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