Segurança infantojuvenil
Abuso e
exploração sexual infantojuvenil. Assuntos que não podem ser ignorados.
Problemas de magnitude global que exigem alerta constante de todos nós,
principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que procurarmos caminhos
eficientes em prol da assistência aos pequeninos.
Os Jogos
Olímpicos, tendo o Brasil como sede em 2016, trarão ao país um enorme fluxo de
turistas, algo providencial para a movimentação do comércio e de outros setores
de serviço. Contudo, potencializa ainda mais a vulnerabilidade de crianças e
jovens no que diz respeito à exploração sexual.
Juntamos
nossos esforços aos de numerosas organizações do Terceiro Setor e aos do
próprio governo no combate a essa terrível violência.
A Boa Vontade
TV (canal 20 da SKY), no programa Sociedade
Solidária, trouxe elucidativa entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, membro
da diretoria do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP, e
coordenadora-geral do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV).
A segurança
das crianças e dos jovens, segundo a professora Dalka, carece de uma
mobilização geral: “Trata-se de trabalho
contínuo que merece uma atenção constante da política pública para fazer esse
enfrentamento. E hoje são necessárias a capacitação e a sensibilização dos
hotéis, com seus gerentes e todo o corpo de trabalho, dos taxistas, do pessoal
da rodoviária, dos ônibus, dos aeroportos. Se for pensar em política, todos os
ministérios teriam que ser capacitados para fazer esse enfrentamento”.
Quebrar o
pacto do silêncio
Durante sua
conversa com o sociólogo Daniel
Guimarães, apresentador do Sociedade
Solidária, a professora Dalka Ferrari enfatizou também a imprescindível
providência de proteção da criança dos abusos sexuais nos ambientes doméstico e
social: “Quebrar o pacto do silêncio,
conseguir falar desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro
da sociedade. Se a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados,
sensibilizados sobre os cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os
limites que são dados, eles se sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja
invadido. Então, é quase que uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem
que se conhecer, saber exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que
pode correr com os envolvimentos”. (...)
E prossegue,
enfática: “Isso tudo é algo que precisa
ser discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o
adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e
desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As
pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem
ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá
ser um multiplicador desses conhecimentos”.
Psicóloga,
especialista em violência doméstica, ela reforça: “Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles conheçam
(...) quais são as situações perigosas em que podem se envolver, ou em que
precisam se defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos
pais existe por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do
jovem fugirem, saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão
enfrentando”.
Estamos
tratando de tema realmente complexo e que deve ser salientado e discutido na
mídia, em casa, nas igrejas, nas escolas, nas universidades, no trabalho, em
toda parte, de modo a ampliarmos a guarda em torno da infância e da juventude.
E tenhamos em nossas agendas o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), para fazer
denúncias, procurar ajuda.
José
de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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