A saúde pública pede socorro!
Proponho aqui uma grande discussão sobre a saúde pública. No Rio Grande do Norte, por exemplo, os recursos destinados ao setor são de apenas R$ 18 milhões, quando é preciso ao menos R$ 30 milhões. No vizinho estado da Paraíba, por exemplo, o governo lá destina R$ 50 milhões/mês para a Secretaria Estadual de Saúde.
Não faz tanto tempo assim, coisa de uns três meses, o secretário estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, Ricardo Lagreca, levou à Assembleia Legislativa uma proposta de criação de um fundo específico para o setor com recursos advindos de emendas parlamentares. Esse dinheiro serviria para custeio e fomento à saúde pública. Essa mesma proposta seria apresentada à bancada federal.
A filosofia desse fundo é que cada deputado ao apresentar uma emenda destinada a saúde, ela, a emenda, não seria mais pulverizada como é hoje, ou seja, os deputados destinam as emendas para as suas bases eleitorais. No caso do fundo proposto por Lagreca, ela seria destinada de uma forma única: vamos supor que o Hospital Regional de Caicó necessite de investimentos para a compra de um tomógrafo ou para a melhoria de suas instalações físicas, enfim, melhoras estruturantes. O fundo destinaria todas as emendas apresentadas para este hospital. Isso seria de forma consensual.
Este fundo estaria dentro do projeto de Regionalização da Saúde que a Sesap vem trabalhando. Com isso, as emendas individuais destinadas ao setor seriam aplicadas de uma melhor forma, pois que a Regionalização da Saúde passa pelo fortalecimento dos hospitais regionais. Hoje o Rio Grande do Norte é o estado no país que conta com o maior número de hospitais públicos, salvo engano 23 ao todo.
Dentro dessa política se inclui ainda a implantação de um Hospital Terciário, que ficaria único e exclusivamente para o tratamento de doenças cardiovasculares, renais ou outro tipo de doença crônica, e o complexo Walfredo Gurgel/Clóvis Sarinho como referência em traumas. Com o fortalecimento dos hospitais regionais, como propõe a Sesap, e a criação de um fundo específico para o setor saúde, como defende Ricardo Lagreca, se evitaria a nefasta prática da ambulancioterapia e os corredores do Walfredo Gurgel, em Natal, e do Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, acabariam.
Vamos à discussão!
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